Os arroios são rios guris...
Vão pulando e cantando dentre as pedras.
Fazem borbulhas d'água no caminho: bonito!
Dão vau aos burricos, às belas morenas,
curiosos das pernas das belas morenas.
E às vezes vão tão devagar
que conhecem o cheiro e a cor das flores
que se debruçam sobre eles nos matos
que se debruçam sobre eles nos matos
que atravessam e onde parece quererem sestear.
Às vezes uma asa branca roça-os,
Às vezes uma asa branca roça-os,
súbita emoção
como a nossa
se recebêssemos o miraculoso encontrão de um Anjo...
Mas nem nós nem os rios sabemos nada disso.
Os rios tresandam óleo e alcatrão
e refletem, em vez de estrelas, os letreiros das firmas que transportam utilidades.
Que pena me dão os arroios,
os inocentes arroios...
Mario Quintana
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