É um processo necessário, urgente e contínuo.
http://habitantesdoarroio.blogspot.com/search?updated-max=2009-07-27T13%3A56%3A00-03%3A00&max-results=45
...as negociações quanto ao solo urbano são mediadas pelo Município, pela Prefeitura. Ainda hoje, o direito a um saneamento adequado, e as obrigações quanto à destinação correta de efluentes são colocadas a partir de leis federais, enquanto que a gestão deste saneamento cabe ao município. Vemos se processar contemporaneamente esta lógica inversa em muitas cidades do Brasil, atingidas por cheias: a situação de emergência, de calamidade pública convoca o Governo Federal a tomar medidas para remediar a tragédia, os prejuízos. São certamente negociações políticas, mas pode-se também perguntar qual o papel dos demais atores nesta interdependência. Certamente, o reconhecimento desse processo de impermeabilização do solo por parte de quem volta seus projetos de construção para as regiões em torno dos arroios é fundamental, do empresário da construção civil, passando pelo futuro morador de um prédio, até o morador que constrói sua casa com a ajuda de sua rede de vizinhança.
...dessa luta contra a água e as áreas naturais no processo de urbanização que marca a memória ambiental de muitas cidades..., como inverter essa lógica conquistada do concreto sobre a terra a água? Sanear não é necessariamente “limpar”, mas a oposição entre a limpeza e a sujeira, como nos ensina a Antropologia, nos convoca a repensar a ordem do universo, a forma como ordenamos esse arranjo de moradas, avenidas e arroios.
Na alternativa contemporânea, de “renaturalizar” arroios no mundo inteiro,...não é mais necessário canalizar, “enterrar” arroios na cidade...
...novas possibilidades se apresentam contemporaneamente. A virada possível no saneamento contemporâneo é a necessidade de manter, ao longo dos arroios, a mata nativa, a vegetação constantemente cuidada, espaços largos onde a água da chuva que transborda possa ser absorvida. Ainda que se possa construir muros de contenção, diques e outras soluções, a permanência da feição “natural” do arroio, sua inserção no conjunto das obras das vias urbanas, dos espaços destinados à construção civil é fundamental, ou seja, uma nova urbanização se configura neste sentido.