Nosso Rio Guri

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Preservação do Arroio Araçá: esta luta não é atual, não é de hoje.

Trabalho e estudos anteriores ao Projeto Rio Guri sobre o Arroio Araçá reforçam o conhecimento sobre sua realidade através da ação do Biólogo Fernando Gosmann, professor da Escola Carlos Chagas, integrante da ASCAPAN - Associação Canoense de Proteção Ambiental Natural e do Grupo Ecológico Quero-Quero.
Aqui seguem alguns materiais para ficar registrada a sua jornada de estudos, preocupação e dedicação que nos trazem um histórico para a análise atual.
O material conseguido foi através da Escola Margot Giacomazzi, na parceria em 2007. A professora Ancila Dani Martins indicou que procurássemos a viúva do Prof. Gosmann - srª Edith Schmidt Gosmann. Esta enriqueceu nosso acervo disponibilizando material do professor, dos anos 80, para que tivéssemos cópia de algumas publicações realizadas, e que aqui seguem. Foram divulgados em outras redes sociais que se extinguiram, sendo retomadas novamente.
Clic nas imagens para ampliar.

Alertas constantes no ano de 1984 sobre crescimento da cidade & preservação natural, com proposições.
ARROIO ARAÇÁ: DESTINADO A MORRER (!?)






DEBATE NA CÂMARA DE VEREADORES




Em 1985 sai o grito ao qual nos somamos nestes anos pós ODS/2015 - 30 anos depois.
Essa é a luta:
Se não houver preservação no desenvolvimento sustentável, "não haverá área verde nativa, tudo será banido da face canoense", a região das estâncias de veraneio, "o verde será trocado por concreto, asfalto e pestilência".

Quem foi Fernando Gosmann?
Por Fausto Gosmann (filho) e irmãos:
Falar de meu pai é algo muito prazeroso. A sua história com a natureza iniciou em Picão, Interior de Roca Sales - RS. Lá, até os 21 anos de idade, ajudava a sua família para “tirar” da terra a subsistência, com plantação de diversas culturas e criação de animais. Me recordo de uma das histórias contada por ele: após ele e seus irmãos terminarem a produção de rapadura, começaram uma "guerra" de rapaduras. Quando seu pai, Jacob Gosmann, chegou e após repreender disse que um dia eles iriam querer uma rapadura e não teriam.
O pai também era criador de algumas frases impactantes: "cada um dorme na cama que faz", ou seja, somos protagonistas das nossas conquistas. Porque essa frase? Eles em casa dormiam em camas de palha. E para que essa cama ficasse confortável eles tinham que "soltar" a palha para ficar fofinho, caso contrário, dormiriam em um local duro.
Bem, com 21 anos de idade ele foi para o Seminário Luterano em Porto Alegre. No Seminário eles estudavam até terminar o período escolar e após deveriam escolher entre Teologia ou alguma outra faculdade. Como a sua trajetória de vida sempre esteve ligado a natureza, ele escolheu/estudou História Natural na PUC, que hoje é chamado de Biologia.
Durante os seus estudos, teve a possibilidade de iniciar a sua carreira no Magistério na Escola São Paulo, pertencente a Comunidade Evangélica Luterana São Paulo, onde lá conheceu a filha do diretor, a Edith Schmidt, onde mais tarde vieram a se casar.
Como professor em escolas particulares e estaduais o pai se tornou um homem ímpar, com características bem peculiares e um visionário.
Uma qualidade bem própria do pai era o conhecimento do nome científico e popular de uma grande variedade de plantas. Era muito bacana ficar caminhando com ele e escutar o nome de cada árvore que passávamos.
Alguns projetos ambientais realizado pelo pai durante a sua trajetória profissional, foram registrados com artigos em jornais como O Timoneiro e sua rádio web, Diário de Canoas e Zero Hora. Um filme Também fez da sua história e da história de Canoas, com o título: A Geografia do Lixo. Esses materiais foram perdidos, o que foi lamentável, mas ainda estamos à procura.
Dos projetos, destaco aqui alguns:
✓ Participação ativa no Grupo Ecológico Ascapam (Associação Canoense de Proteção ao Meio Ambiente;
✓ Fundador do Grupo Ecológico Quero - Quero, este fundado dentro do Colégio Carlos Chagas, com a participação de seus alunos.
✓ Horta do Colégio Carlos Chagas. Os alunos participavam dos cuidados da horta, onde as questões de sala de aula viravam algo palpável, com um significado. O que se fala na educação dita "moderna” o pai já fazia a mais de 50 anos atrás.
✓ Biodigestor no Colégio Carlos Chagas;
✓ Horta no asilo da Av. Boqueirão;
Denúncia da poluição do arroio Araçá e sua nascente;
✓ Filme a Geografia do Lixo;
✓ Várias mudas de árvores plantadas em Canoas;
✓ Muda de árvore Pau Brasil plantada na praça do avião;
✓ Troca - troca de mudas de árvores.
*Grifo nosso.