Jornal Diário de Canoas - terça-feira, 9 de fevereiro de 2010 - 09h51
Eucaliptos existentes poderão ser substituídos por mata nativa.
Em tempos de aquecimento global e de fortes mudanças climáticas, a área verde do Parque Municipal Fazenda Guajuviras, no bairro de mesmo nome, cumpre funções ambientais estratégicas para Canoas. Pulmão-verde e refúgio para animais silvestres, o local foi recentemente escolhido para a construção de um presídio, em parceria com o governo do Estado, além do já previsto distrito industrial. Consideradas de baixo impacto ao meio ambiente, as duas iniciativas deverão garantir financeiramente a preservação da mata nativa.
Na área de 558 hectares predominam os eucaliptos remanescentes da plantação comercial que existia à época da desapropriação da fazenda, em 1973. De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria do Meio Ambiente, Fernando Ferrari Sobrinho, existe a proposta de substituir estas árvores por vegetação nativa, já que o eucalipto não atrai a fauna nem permite o crescimento de outras plantas. Mas em um passeio pelo parque é fácil identificar outras espécies, como figueiras, guajuviras, timabúvas (árvore símbolo de Canoas), umbus, aroeiras, jacarandás e guarapurus. ‘‘Temos um banco de sementes muito rico’’, afirma Ferrari.
REFÚGIO - Da mesma forma, a área, em meio ao ambiente urbano, torna-se um refúgio para pássaros diversos (garças, marrecas, anu-brancos, gaviões e joão-de-barro) e aves migratórias que passam por Canoas e são atraídas pelos banhados da fazenda.
Além das áreas alagadiças, o parque possui açude e diversas nascentes de água que abastecem os arroios Brigadeira e Araçá. Também os charcos (áreas de água estagnada em meio às árvores), que têm a tarefa de reter a chuva em períodos de abundância são importantes para equilibrar o ecossistema.
Município deseja criar parque natural
Um dos principais planos da Prefeitura para a Fazenda Guajuviras é o de assegurar sua transformação em Área de Proteção Ambiental (APA). ‘‘Atualmente, o parque está desprotegido, aberto à possibilidade de ocupação e de degradação’’, comenta o prefeito Jairo Jorge. Para evitar a exploração ilegal do espaço, ele pretende viabilizar a criação de um parque natural, que compreenderá 258 hectares. ‘‘Esta é uma das maiores áreas verdes da Grande Porto Alegre’’, destaca. Neste sentido, uma intenção é implantar locais de convivência e para realização de atividades de lazer, culturais e esportivas.
Da área restante, o prefeito afirma que 50 hectares serão destinados para o complexo penitenciário. Outros 250 hectares estão reservados ao pólo industrial de alta tecnologia. ‘‘Mesmo na área empresarial, a ideia é preservar a área natural, criando um local harmônico entre tecnologia e natureza. O parque empresarial ajudará a manter o parque natural’’, ressalta.
Marcos Merker/Da Redação
Foto: Luciano Bergamaschi/GES
Muito bonito no papel, pena que a realidade é outra. Já se está começando mal alterando o tamanho da área do distrito: de 116 para 250 hectares, mais 50 de presídio. Presídio sem consulta pública e para TRAZER presos de outras cidades para Canoas. Incentivo fiscal para empresários justifica tudo? Beneficia o Guajuviras? Beneficia o ambiental? É só pegar o mapa de Canoas e ver que os empreendimentos oficiais, legais e licenciados são os que mais agridem o meio ambiente. Assim como muitos tenho sérias duvidas em relação a esse empreendimento. porém não
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